domingo, 7 de dezembro de 2014

A guitarra de sonho!

    Quantos de nós sonha com "aquela" guitarra, "aquele" baixo, ou "aquela" bateria?
Levamos anos a sonhar, a ver imagens da ou das eleitas, a ler reviews, pesquisar madeiras, pickups, artistas que as usam. Quantas vezes invejamos os coleccionadores, os Bonamassas e os Slashes que tiram fotos com todas as unidades nas suas colecções, onde não está uma, nem duas, mas várias guitarras que nos fariam mais do que felizes, se tivéssemos apenas uma? E os amplificadores? Cabeças. cabs, combos de encherem as medidas ao mais esquisito dos músicos. Ou então quando aparece um miúdo asiático com 7 anos, a fazer maravilhas numa bateria que nós sabemos que os papás deram para o menino fazer vídeos para mostrar ao mundo como é que ele é melhor do que toda a gente.Vamos às lojas e experimentamos, vemos no OLX, no ebay e nas lojas online quanto é que custam novas e usadas.
     No entanto, elas continuam longe como no primeiro dia em que as quisemos. E porquê? Porque não somos como aquele miúdo rico que tem uma Les Paul Goldtop apesar de só saber tocar "As Dunas"?
     É simples. Nós colocamos esses sonhos num pedestal, tornando-se algo a alcançar um dia. No
entretanto temos as nossas bandas e aulas de música, temos de ter material para ensaiar, praticar e tocar ao vivo. Então preferimos sempre o conveniente ao ideal. Vejamos o meu caso.

    Como muita gente, comecei com um armário de contraplacado feito na china, umas cordas e um saco de péssima qualidade. Tinha 12 anos. Meio ano mais tarde os meus pais deram-me uma guitarra melhor. Uma guitarra electro-acústica de uma marca chamada Channel, feita na Coreia. Sunburst de 3 cores. Aconselharam aquela guitarra na loja, como foi surpresa, eu não escolhi mas também não sabia grande coisa sobre guitarras na altura. 4 anos mais tarde tive uma Fernandes Strat 57 reissue, japonesa. Uma guitarra de topo que custou 100€ (20 contos na altura). Não conhecia a marca nem nada sobre guitarras japonesas, não era uma das minhas guitarras de sonho, só se parecia com uma (mal eu sabia o que tinha). Eu gostava das Strat mas a guitarra que me enchia as medidas era a Gibson Les Paul. Comecei a juntar dinheiro para uma, eventualmente comprei uma Yamaha AES 820, parecida com a Les Paul, por metade do preço, pickups DiMarzio feitos apenas para aquele modelo. Faltava o som. Eu sonhava com uma cabeça Marshall, mas tocava com uma BOSS ME-30. Mais tarde comprei uma BOSS GT-10, Depois um ART SGX 2000 Express (Pre amp valvulado) e um power amp Rocktron Velocity 250. E o Marshall nada...

Ou seja eu queria uma Gibson Les Paul, até podia ser uma Studio (600€ usada) e um stack Marshall. (+/- 700€ usado) = 1300€
Em vez disso comprei
Armário - 40€
Channel - 250€
Fernandes Strat + Boss ME-30 (usados) - 300€
Yamaha AES 820 - 800€
Boss GT-10 - 400€
ART SGX 2000 Express (usado) - 140€
Rocktron Velocity 250 (usado) - 250€

=2180€

Isto é o que acontece a praticamente todos os músicos. Perdem a noção do objectivo final, e ficam-se pelo mediano. Este ano consegui a Les Paul e o Marshall. 15 anos depois de ter começado. Por isso tudo o que eu posso aconselhar aos leitores, é o que eu aconselho aos meus alunos. Não há limite para o instrumento com que se começa. Cada uma deve arranjar o que puder, custe dez ou dez mil. Ao contrário de muitas coisas que têm versões de "instrução" e aprendizagem, os instrumentos quanto mais caros mais fáceis de tocar são. Se puder, compre uma guitarra para aprender, que possa usar ao vivo, como uma Epiphone de gama média, ou até uma Squier Classic Vibe, usada. Que gastem algum num amplificador decente. E depois juntem para os sonhos. Material usado há sempre à venda, desde que se experimente e esteja em boas condições, não há que enganar.

Ontem disse a alguém o amplificador que eu tinha. A resposta foi um sorriso e um "vai para o c@£§"#&!". E por uma vez na minha vida, soube bem ser "aquele" gajo. Por isso, apenas vos posso aconselhar isto e desejar que também se tornem "naqueles" gajos! See you all on the Guitarway!

segunda-feira, 30 de junho de 2014

Como encontrar os membros certos para uma banda? (parte 3)

Olá a todos. Em primeiro lugar peço desculpa pelo atraso nesta terceira parte. Depois de umas semanas loucas, finalmente há um bocado de tempo para continuar esta saga. Espero que vos seja útil.

continuação...

Agora que já descobrimos que tipo de banda é que queremos, e traçamos o perfil dos músicos ideias para trabalharem connosco, resta-nos perceber qual é o melhor sítio para encontrar músicos.

Em primeiro lugar, vamos ter em atenção o seguinte: porque é que queremos ter uma banda? Não temos mais nada para fazer, ou estamos a tentar construir algo através da nossa determinação e vontade de ter sucesso?

Normalmente procuram-se músicos sem bandas para que possam estar 100% atentos ao "nosso" projeto. É mesmo necessário ser "musicalmente solteiro"? É que, como vimos anteriormente, as pessoas que nós queremos têm um perfil cuja determinação e vontade são paralelos ao nossos. Então, será de esperar que essas pessoas estejam a tentar fazer o mesmo que nós, tentando construir uma banda, ou já integrando uma. Na maior parte das vezes sentindo os mesmos problemas e frustrações, com membros que são um peso morto e não lhes permitem sair sítio e moverem-se em direção ao tão desejado "sucesso". Exatamente como nós, eles procuram a oportunidade de trabalhar com pessoas movidas pela mesma vontade, e como tal, são os candidatos ideiais para o que queremos fazer. Muitos deles até já atingiram um determinado nível de sucesso. Eles são/foram líderes e exemplos para as bandas que têm/tiveram. São exatamente essas pessoas que precisamos. E nós somos quem eles precisam. Contudo normalmente aqui surge um problema. Vejamos esta situação:

O Rui está a fazer uma banda. O Ricardo é um músico que já teve algum sucesso e é quem o Rui quer na banda dele. O Ricardo tem uma banda, que carrega às costas. Mas perante o sucesso do Ricardo, o Rui tem vergonha de lhe fazer uma proposta, porque sente que não está ao nível dele. O que o Rui não sabe é que o Ricardo tem todo o interesse em trabalhar num projeto novo, com alguém que o ajude, em vez de o retrair. Então o Rui, acanhado com a vergonha e com medo de um não, fica calado e vai procurar outro músico. O problema não é o facto de o Ricardo já ter sucesso, o problema é a falta de confiança do Rui, em si e naquilo que quer construir.

Quando colocamos os outros num pedestal, obrigatoriamente estamos a condenar-nos ao fracasso e à mediocridade, a confiança é a chave.

(continua)

terça-feira, 3 de junho de 2014

Como encontrar os membros certos para uma banda? (parte 2)

    Esta semana vamos ver uma parte bem complicada, no que toca a encontrar membros para uma banda: o factor "humano". Como é que é possível arranjar os membros certos quando não se sabe sequer como é que "um" membro certo?
    Esta parte é a parte complicada porque no fundo, o que é certo para uns não é para outros. Então, aqui entra a estratégia ou, se preferirem, o planeamento daquilo que se quer fazer. A melhor forma de fazer isto é elaborar uma lista com as qualidades que, na nossa opinião pessoal, um músico ideal deve ter.

1. Começamos com o carácter, personalidade e atitude dentro E FORA do palco.
Quer queiramos quer não, vamos ter de conviver com estas pessoas. Não é saudável para uma banda, nem para ninguém, os integrantes não poderem estar juntos numa sala ou desfrutar da coisa fantástica que é fazer parte de uma banda.

2. A ética de trabalho. Para evitar a apatia que parece estender-se a grande parte dos membros das bandas, e aqueles músicos com egos gigantescos com quem é impossível trabalhar. Existe uma diferença entre liderar uma banda e ser integrante, mas não quer dizer que um integrante não se deva esforçar. Comparecer a horas é importante (se possível... os músicos sabem ao que me refiro) a não ser que os 30 minutos de atraso sejam tradição. Fazer o trabalho de casa é crucial. Mesmo que não liderem, é o mínimo que se pode esperar. E acima de tudo, evitar a postura do "Por mim está tudo bem, é como quiserem".

3. Capacidades técnicas individuais. Não é necessário que todos os músicos sejam virtuosos. Às vezes a falta de técnica pode ser compensada com trabalho. Um músico cumpridor será sempre mais útil do que um malabarista. Muitas vezes o grande nível técnico trás consigo um ego da mesma proporção (ver número 2). Obviamente se um músico juntar o grande nível técnico a uma boa dose de humildade, ainda melhor.

4. Capacidade criativa. A criatividade é a força que faz o mundo da música girar. Seja ela inspirada noutros, ou alguém consiga fazer algo inteiramente novo (muito difícil hoje em dia). Ter um colega de banda que é especialmente criativo, é uma mais valia. Fazer as coisas sozinhos é complicado, ter uma perspectiva diferente pode fazer toda a diferença numa música. ATENÇÃO no entanto, nível técnico e criatividade não são uma e a mesma coisa. Shred enquanto o vocalista canta, nem sempre cai bem. Um baixista que abandona a secção rítmica e o groove e parte para a melodia durante os versos, pode ser um bocado demais. Um músico ideal deverá saber distinguir, a não ser, claro, que seja essa ideia.

5. Presença de palco. Ora aqui está um gigantesco calcanhar de Aquiles de um número absolutamente ridículo de músicos. Muita gente se esquece que uma banda que toca ao vivo tem de dar um espetáculo. As pessoas saíram de casa, pagaram bilhete, foram para um ambiente com fumo, barulho, gente estranha (incluindo bêbados) porque querem ver um ESPETÁCULO. Não se esqueçam que se quisessem apenas ouvir música, ouviam sossegados em casa onde não se paga bilhete e as bebidas não custam 5 euros. Os stage moves, a atitude, a capacidade de incluir o público num espetáculo é uma traço importantíssimo para um músico. Além disso, a imagem dos músicos pode ser muito importante, pois pode determinar se o público gosta ou não da banda. Encaremos o facto de que é uma indústria de aparências, e um músico que vá para o palco de havaianas, calções e uma T-Shirt branca deslavada, por muito bom que seja, não vai fazer milagres pelo desempenho e aceitação da banda. Uma imagem cuidada e adequada ao estilo de música é fulcral.

6. Por último mas não menos importante, a experiencia na indústria, seja em estúdio, em tour, entrevistas, sessões fotográficas... whatever. Não é necessário que todos os músicos sejam experientes, mas pelo menos um que o seja, é uma mais valia. Mas a experiência pode ser conhecimento, nem que seja, conhecimento de como falhar, pois se alguém sabe um caminho errado, poderá avisar se a banda estiver a enveredar por ali. É importante que o(s) músicos com experiência estejam dispostos a partilhar com o resto da banda, e aqui entra a humildade (ver número 2). Aceitar estas informações partilhadas por quem sabe também é um traço fulcral para TODOS os membros de uma banda.

Obviamente, tudo aquilo que foi tratado nesta parte, são apenas os traços gerais de músicos que podem ser mais valias para uma banda. Cabe a cada um decidir o que é verdadeiramente importante ou não, mas na hora de escolher, certifiquem-se que pelo menos não escolhem o o
posto a estas qualidades.

Continua...



segunda-feira, 26 de maio de 2014

Como encontrar os membros certos para uma banda? (parte 1)

    
Ao longo das próximas semanas, vamos abordar este tema que é um verdadeiro quebra cabeças para toda a grande parte dos músicos de hoje.

   Quem nunca teve este problema? Encontrar os membros certos para uma banda, é talvez o maior desafio que qualquer músico aspirante encontra logo no início. Todos os músicos, mais ou menos experientes, têm histórias do género: "A maior parte dos membros não se esforçavam, parecia que ninguém queria tentar ter sucesso".
     Na sua essência, a estratégia da maior parte das pessoas no que toca a arranjar músicos, é precisamente a mesma que têm para conseguir chegar algum lado na música, falar e deixar umas "sugestões" aqui e ali, esperando que a pessoa certa as veja e contacte. Por isso é que o número de pessoas que conseguem atingir os seus objectivos é muito reduzido. 

     Em primeiro lugar, é preciso clarificar duas coisas:
     - Que género de banda é que quer fazer?
     - Qual é o perfil dos músicos que pretende?
     
    Vejamos a seguinte situação:
    O Chico é um guitarrista experiente de 31 anos. Ele tem a visão de uma banda de rock alternativo, na qual ele pretende ser vocalista e guitarrista. Para que a sua banda fique completa, o Chico pretende encontrar um baixista, um baterista e um teclista. Para ajudar na sua demanda por músicos para o seu projecto, o Chico colocou posteres na em duas lojas locais, com o seguinte título "Banda de rock precisa de baixista, teclista e baterista." Ele acabou de abrir o seu projecto a todos os músicos possíveis e imaginários, que toquem aqueles instrumentos. Eventualmente, passa-se um par de meses e o Chico recebe duas chamadas de baixistas, uma do Nando que tem 13 anos e começou a ter aulas há 6 meses, e outra do Manel que tem 51 anos e toca há 17 anos num banda de música de baile. Desesperado, o Chico lembra-se do seu amigo Tó, que é um baixista igualmente experiente, mas o background do Tó é Thrash Metal. Além disso, o Tó coloca mais ênfase em beber cerveja do que em tocar.

    Em primeiro lugar o Chico, criou o problema ao não definir o género musical que pretende seguir. Qualquer coisa entre e W.A.S.P e Blink 182 encaixa nesse intervalo. Além disso, não definiu claramente como deveriam ser os músicos que ele precisa. Logo, este pequeno desleixo, acabou por determinar não só o aparecimento de músicos que não quer, mas o afastamento de todos os músicos sérios que procuram projectos sérios para integrar. Infelizmente, pessoas como o Chico, espalham a "regra" de que as bandas de rock têm de ser assim, instintivas e desleixadas, o que não poderia estar mais longe da verdade...

(continua)

quarta-feira, 30 de abril de 2014

A primeira banda

  Quem aprende a tocar um instrumento e se desenvolve uma paixão pela música, eventualmente vamos querer tocar com outros músicos. Quantos de nós não nos lembramos da nossa primeira banda? Um grupo de amigos da escola e até com aquele segundo primo e o amigo dele que tinha aulas de bateria à dois meses e era o único que conhecíamos? Quem não se lembra de ensaiar horas a fio com um amplificador de 30 watts e instrumentos de gama baixa, enquanto se parava para falar mal daquele miúdo que tinha um pai rico e que lhe deu uma Gibson Les Paul e um Marshall JCM900 que ele usou para aprender a tocar as Dunas?
  Nessa altura dávamos o litro porque amávamos a música e tínhamos o sonho de chegar longe. Então juntávamos e tocávamos bocados de músicas enquanto fazíamos listas intermináveis de covers de nível muito superior às nossas capacidades, e que íamos usar para pôr toda a gente a gostar de nós mas que iam servir para dar a conhecer os nossos originais lá no meio. Quem não teve uma banda para tocar na festa da escola, mas cuja grande parte dos membros não tinha idade sequer para entrar num bar? Quem não se chateou com o baterista que não parava de tocar enquanto alguém tentava explanar a estratégia que ia fazer da banda os próximos Rolling Stones? E claro, quem nunca acabou a primeira banda que teve porque "não estávamos todos a trabalhar e a remar para o mesmo lado?"
  A verdade é que são tempos mágicos, os da primeira banda. São dos mais divertidos e suados que muita gente alguma vez terá na sua vida. Mas... a banda acaba e aquele membro, o que até tocava melhor, vai seguir em frente e vai querer fazer outra, mas vai acontecer a mesma coisa outra vez e outra vez, até se fartar e desistir. O facto é que a experiência da primeira banda é uma de crescimento. É suposto errarmos, batermos com a cabeça muitas, muitas vezes. Daí vêm as melhores histórias. Mas também é suposto aprendermos. A estratégia tem de crescer, também o método tem de evoluir e a capacidade de melhorar. Só há uma coisa que tem de se manter igual é o amor ao que fazemos. Infelizmente, para muita gente a primeira banda é um trauma, uma sombra que não conseguem sacudir, algo que está ali, presente, a servir de medida para todas as decisões que vão tomar em projectos futuros, e por isso, se a primeira banda acabou então é esse o destino das seguintes.
  Enquanto professor de música, cabe-me não só ensinar a tocar, mas educar também na música e para a música e a primeira coisa é isto: NÃO SE CHAMA MUNDO DA MÚSICA. Se acham que é música que basta estão redondamente enganados. CHAMA-SE MUNDO DO ESPETÁCULO. As pessoas querem "ver" a música, não a querem só ouvir. Se quisessem só ouvir ficavam em casa no quentinho onde não se paga bilhete e as bebidas do frigorífico são fresquinhas e não custam 5 euros o copo. Vejam isto por outro lado, se retirarem o espetáculo visual à Madonna o que fica? Madonna é demasiado velha? Pronto, a Lady Gaga. Demasiado Pop? Os AC/DC!!! A produção é faraónica, do maior que já se viu. Sem um palco de 50 metros, fogo de artifício, um sino enorme e uma boneca insuflável gigante, não é preciso um estádio com 45 mil pessoas com corninhos vermelhos a piscar, nem um passadiço para o Angus correr.
  Outro mito é o de que é preciso ser-se um instrumentista perfeito, de grande conhecimento e velocidade, capaz de num solo mostrar todo o seu arsenal técnico. Pensem nas músicas mais emblemáticas que conhecem, pensem em quantos acordes têm, e na dificuldade real dos solos (se tiverem). A minha mãe não é uma ouvinte assídua de Rock, mas se ouvir a Back in Black sabe que é AC/DC. Toca-la não é propriamente física-quântica, no entanto é identificável e divertida. O próprio Gene Simmons, baixista dos KISS, disse que para ter sucesso no Rock não é preciso ser o melhor do mundo, basta saber o suficiente para conseguir chegar ao fim da música. As bandas de Punk Rock da Grã Bretanha, como os Sex Pistols, foram um excelente exemplo disso.
  Acima de tudo divirtam-se e não levem as coisas tão a sério. De todas as vezes que levaram as coisas "mesmo a sério" quantas é que resultaram? Escolham bem os músicos que vos vão acompanhar e desenvolvam uma relação de amizade com eles. A vida de músico é dura, ter amigos ao nosso lado vai ajudar imenso. Sejam criativos, inventem um "alter ego" com um nome artístico, ninguém nasce com o nome de "Freddy Mercury". Tracem o vosso perfil musical e montem a vossa imagem. Deem asas à vossa imaginação e visualizem como gostariam de ser se fossem músicos famosos e façam-no acontecer. Tentem criar um look vosso. Arranjem um mealheiro e metam moedas e notas sempre que puderem, o material decente não é barato. Experimentem sempre antes de comprar. Se comprarem novo tenham a certeza que é isso que querem, lá porque é novo e tinha um showcase no NAMM não quer dizer que seja bom. Se comprarem usado verifiquem se o estado em que está vale mesmo a pena o preço. Mantenham-se em forma, como escrevi atrás, a vida de músico é dura e não dá para aguentar noitadas, montagens, soundchecks e concertos se estiverem em baixo de forma. Motivem-se a praticar. Motivem-se a compor. Motivem-se a praticar e a compor com outros membros da vossa banda. Não sejam primas donas, pois se escolheram os músicos ideais, eles merecem confiança e querem o mesmo que vocês. Mas, mais do que tudo isto, não se esqueçam de onde vieram, mantenham sempre aquela irreverência e esforço da primeira banda. Mantenham o amor à música, mantenham a diversão, mas não deixem que a vossa primeira banda dite o que vai acontecer com todas as outras.

See you all on the Guitarway.
  

quarta-feira, 9 de abril de 2014

"Que $#%& de réplica, ó maninho!"


Comprar réplica ou guitarra de gama média/baixa?

Quando se dá aulas de guitarra, esta é uma pergunta que de vez em quando pode surgir. Os alunos, especialmente os mais jovens, assim como os pais, querem sempre (como todos nós) arranjar a melhor guitarra pelo menor preço possível. É difícil saber onde procurar, especialmente quando se está a começar, e de vez em quando lá aparecem umas Zippy ou umas Stagg compradas no Media Market ou na Fnac. Outras vezes, mesmo em lojas de música, os vendedores lá conseguem impingir ao pai mais desatento um fabuloso starter kit da Squier que consiste num remo com cordas e uma caixa amplificada cuja distorção parece vir de um speaker roto. Umas palhetas, uma strap de má qualidade, um suporte e uns quantos livros a dizer Squier by Fender atiram areia para os olhos de quem não sabe o que acabou de comprar. A primeira guitarra é fulcral para o desenvolvimento do guitarrista em aprendizagem. Para quem está de fora, os 150/200€ pagos pelo kit, representam um esforço extra que será recompensado com a ascensão ao estrelato potenciada pelo dito remo. Se a primeira guitarra apenas servir para começar e não para progredir até um certo ponto, acabaram de ir uns quantos euros para lixo, que fariam muito jeito na compra de algo melhor.

Para quem se interessa pelo assunto e começa averiguar e aprender, descobre todo um mundo maravilhoso de sonhos e fantasias, que é o mundo dos guitarristas! Quando assim é, surge o interesse e começa-se a procurar o tão desejado machado que vai permitir dar o salto. A forma mais fácil e óbvia é na internet, desde o conforto do lar. E então numa pesquisa mais extensa lá surge a Gibson Les Paul Custom XPTO 2000 RS TURBO com pickups EMG Hot-rod Killer Nazgul Shredder 5, que alguém está a vender no OLX a 400€. Após uma investigação das fotografias, a guitarra diz "made in USA"... e agora? A descrição diz réplica, e o vendedor diz que a guitarra é muito boa. Réplica não significa que é igual? Após uma busca de réplicas, aparecem os site chineses cheios de grandes maquinões que custariam 20000€ como a Frankestein do Eddie Van Hallen, por 200$ mais portes. E então pensa-se: as guitarras de gama baixa da Ibanez, da Jackson, da Epiphone, da Squier, são feitas em países asiáticos. Uma réplica feita na China de repente não parece uma ideia tão má. É tudo feito na China, desde as sapatilhas à roupa de marca! Só que aí está o problema. Uma marca registada, com controlo de qualidade, é feita em fábricas por mão de obra legal e paga. A contrafação (as réplicas) é feita em fábricas por mão de obra ilegal, menor e mal paga, com 0 controlo de qualidade. O diabo está nos detalhes, e as grandes guitarras têm muitos diabos. O certo é que falham sempre nos pormenores e às vezes até no nome da marca...

Por outro lado, existem os seguintes problemas na aquisição dessas guitarras:
ALFÂNDEGA!!! Os magníficos serviços portugueses de inspeção aduaneira que chegam a reter relógios binários porque acham que são bombas. Importar uma guitarra de contrafação é um risco, pois é ilegal e pode ser confiscada, ficando o desgraçado do consumidor que se deixou enganar docemente pelo vendedor. Outro dos perigos é a má comunicação e o terrível serviço pós-venda que esses sites oferecem. Se encomendarmos uma Fender Stratocaster Deluxe verde estamos sujeitos a receber uma Fender Telecaster amarela, e para trocar é um processo muito demorado, se o vendedor responder à reclamação. Digamos que comprar uma réplica, é uma lotaria. Pode saír uma boa guitarra como um insulto a todos nós...

Portanto, as guitarras da gama mais baixa devem ser evitadas, os starter packs também, assim como as réplicas e as guitarras à venda em hipermercados e lojas de electrodomésticos. O melhor mesmo são as guitarras de gama média/baixa, acima dos 250 euros, ou então guitarras usadas de gama média, desde que sejam experimentadas previamente. Lembrem-se que acima de tudo, mais vale esperar um pouco e comprar algo melhor do que ser impaciente e arranjar algo que não nos permita evoluir.

See you all on the Guitarway!

segunda-feira, 17 de março de 2014

Guitar Hero Challenge

Boas pessoal!

Ao longo de Fevereiro vocês batalharam com um machado de plástico, para encontrar o verdadeiro Guitar Hero. Foram grandes hits do melhor rock que se fez e ainda se faz por aí, até que emergiu um vencedor.
O Guitar Hero Challenge terminou e os prémios foram entregues e é tempo do Hall of Fame do GHC Muitos parabéns a todos os que participaram, mantenham-se atentos a novos eventos, e espalhem a palavra, pois quanto mais participarem nas próximas vezes, melhores serão os prémios!


 1º Lugar - Diogo Morris
 2º Lugar - Paulo Santos
 3º Lugar - Dino Pinto
















Novamente, parabéns aos vencedores e a todos os participantes. See you all on the guitarway!